Livros mais cobrados no Enem

A cada fim de ano a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é aplicada. Dividida em quatro áreas, entre elas se encontra Linguagens, códigos e suas tecnologias e dentro dessa categoria se encaixa a literatura.

Ah, a literatura brasileira, tão mal vista por alguns alunos. Sim, sabemos que muitas pessoas tem dificuldade em estudar ou gostar dessa matéria. Alguns até gostam, porém tem dificuldade de saber quais obras lerem para se preparar para a prova, já que o Enem não cobra uma listinha de livros, nós resolvemos fazer uma lista com uma obra de cada um dos autores que mais caiem, não só no Enem mas em diversos vestibulares.
Não se esqueçam do mais importante, não é só ler, mas sim saber interpretar o que realmente interessa em cada obra!

1. Dom Casmurro de Machado de Assis
Lançado em 1899, o livro Dom Casmurro é um dos maiores, se não maior, clássico da literatura nacional. O enredo gira em torno de Bentinho e sua desconfiança em relação a sua amada Capitu. 
Dom Casmurro é obrigatório por ser a mais pura definição de realismo, Machado de Assis caprichou mais do que nunca na sua principal marca, a profunda "psico" dos personagens. O autor vai bem ao fundo no psicológico, como em todas as suas obras, através de uma descrição precisa dos seus pensamentos e angustias. O livro também tem uma característica bastante interessante, a dualidade da interpretação da obra, Machado escreveu o livro de maneira que gere margem a interpretação, o que criou o eterno dilema, Capitu traiu Bentinho?
O livro é domínio público, para baixar clique aqui.



2. Iracema de José de Alencar
Clássico da literatura cearense, Iracema é o maior representante do "Indianismo" do Brasil. A obra roda em torno da índia que dá nome ao livro e sua relação com um imigrante português chamado Martim. O livro assim como Dom Casmurro, tem extrema importância para a literatura nacional, com elementos de um romance poético e de obras líricas heróicas, Iracema foca na dualidade entre a civilização (representada pela imagem do homem branco português) e a natureza (representada por Iracema). Outra marca que vale citar é seu forte nacionalismo, que se nota na idolatria as belezas naturais do Brasil.
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3. O cortiço de Aluísio de Azevedo
Assim como Dom Casmurro representa o realismo e Iracema o romantismo. O cortiço é o melhor exemplo de Naturalismo do Brasil. Com uma visão mais biológica do realismo, o naturalismo era uma escola literária que trazia uma visão animalesca da sociedade. E foi nisso que Aluísio Azevedo se baseou, na obra o autor não busca um enredo muito trabalhado, muito pelo contrário, ele busca uma visão científica dos habitantes do cortiço, deixando por muitas vezes de lado o protagonista.
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4. Vidas Secas de Graciliano Ramos
A obra vidas secas assim como o Cortiço tem um pé no realismo, a obra é caracterizada como "Regionalista" por embarcar nas vidas sofridas dos moradores do nordeste. Com certas referência Marxistas, o livro roda em torno de uma crítica a dominância das classes "superiores", a desonestidade dos patrões e a luta por sobrevivência do povo sofrido e pobre.
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5. Laços de família de Clarice Lispector
Ao contrário dos outros citados anteriormente, esse se trata de um conjunto de contos. Escrito por Clarice Lispector, Laços de família foi descrito por Erico Veríssimo como o mais importante conjunto de contos pós-machadiano. O livro gira em torno de pessoas normais e suas epifanias cotidianas. Sua leitura é bem mais simples, se comparada aos demais citados, costuma ser bastante citado em vestibulares e no Enem
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6. A rosa do povo de Carlos Drummond de Andrade
Com uma proposta diferente dos citados anteriormente, A rosa do povo é um livro de poesias. Escrito pelo grande modernista Carlos Drummond de Andrade, a obra conta com 55 poemas onde o autor se aprofunda nas dores e agonias, não só individual mas sim de um lado coletivo, trazendo um ponto de vista mais social para o modernismo. O contexto histórico de sua criação remete a segunda guerra mundial e ao regime ditatorial de Getúlio Vargas.
Devido ao seu embasamento histórico não é raro ver trechos de A rosa do povo em provas de processos seletivos, o que torna sua leitura uma experiência interessante.
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7. Capitães de Areia de Jorge Amado
Jorge Amado é considerado por muitos o maior novelista da literatura brasileira, e Capitães de Areia resume bem sua essência. Assim como A rosa do povo, a obra foi influenciada pela chamada de Era Vargas. A trama roda em torno de um grupo de menores abandonados que roubavam para sobreviver na Bahia dos anos 30, que nessa época passava por uma grave crise humanitária de varíola. O livro aborda temas como a luta entre classes, pobreza, a opressão e a falta de senso por parte do aparato policial da época.
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8. Macunaíma de Mário de Andrade
Escrito pelo paulista Mário de Andrade, Macunaíma é considerado por muitos um dos mais importantes livros do Modernismo brasileiro. Lançado em 1928, o livro embarca na pele de um índio caracterizado como um "herói nada heróico" chamado Macunaíma. 
O livro é como uma Iracema modernista, abusando da cultura indígena e com toques cómicos. A obra revolucionou com uma estrutura textual bem diferente, sem ordem cronológica ou espacial, e justamente por isso costuma ser cobrado em vestibulares.
O livro é domínio público, para baixar clique aqui.


9. Cidade e as Serras de Eça de Queiroz
Saindo do Brasil e indo para Portugal. Encontramos um clássico de um dos maiores nomes da literatura portuguesa, em "Cidade e as Serras" Eça de Queiroz largou um pouco a mão de seu tradicional realismo repleto de críticas e investiu em um romance bem mais simples e otimista, demonstrando sua fase mais "pacifista" o livro roda em torno da valorização do campo em relação a sociedade repleta de males.
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10. Memórias de um sargento de Milícias de Manuel Antônio de Almeida
Memórias de um sargento de Milícias é outro daquelas obras consideradas obrigatórios para quem vai fazer vestibular. Ambientado num espaço de classe média-baixa, ao contrário dos tradicionais romances aristocráticos. A escrita do livro é sem dúvida um dos seus atrativos, escrito de maneira quase jornalística, a obra é objetiva e clara e pode se caracterizar como um dos pioneiros na transição do romantismo para o realismo.
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11. O quinze de Raquel de Queiroz
Antes mesmo de Clarisse Lispector encantar o Brasil com seus livros, outra escritora havia conquistado seu espaço. Cearense de Fortaleza, Raquel de Queiroz foi um dos maiores nomes da literatura brasileira, numa época onde era raro mulheres terem espaço em meio ao cenário literário. E "O quinze" foi sua primeira mas já bem sucedida obra. Ambientado no Ceará do ano de 1915 (época onde uma grave seca atingiu o nordeste) o livro roda em torno de duas histórias, a primeira de um vaqueiro chamado Chico Bento e sua família, enquanto o outro roda em torno de Conceição, uma professora culta e devoradora de livros) e Vicente, um rude criador de gado.
O livro é um marco para a literatura nacional, pois trouxe os olhos da literatura nacional para o Nordeste, ao lado da obra A Bagaceira iniciou o chamado "ciclo do nordeste".
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Fontes: geekiegames, Wikipedia e dominiopublico.gov.br.


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